Armamentismo,
- Obter link
- X
- Outras aplicações
João M C Gomes:--Boa tarde, Manuel Duran Clemente ! Não sei se fique triste, se fique irado ou se fique indiferente, sabendo que tudo resulta da forma como certos políticos, certas nações e certos negócios continuam a fazer valer as suas teorias belicistas, num mercado em que se envolvem largas dezenas de milhões de pessoas. O meu amigo, como um reservista militar que fez do exército (que não da guerra) a sua forma de vida, certamente que o fez por entender que a história dos países se fundamenta, também, na necessidade destes possuírem gente que se dedique à sua defesa territorial, à defesa das suas cores e cultura, à defesa dos seus princípios de vida e sociedade. Mas, aqui, não é o caso ! Aqui é (são) as negociatas entre sistemas económicos, o alimentar da grande indústria americana de armamento e o invalidar, moral e físico, de uma outra sociedade diferente, num mundo totalmente diferente no que respeita à cultura, ás necessidades básicas de vida, aos próprios objectivos de defesa de um território, mesmo sabendo que a Índia tem o seu vizinho e "inimigo" figadal mesmo ao lado, o Paquistão, e que este fazendo fronteira com o Afeganistão faz parte do "triângulo" de todos os desconfortos internacionais, pelo alimentar das guerras terroristas, pela necessidade de aderir ás facções russas que, como os EUA, procuram estabelecer os equilíbrios de força e intervenção numa área repleta de interesse económico e onde se joga um pouco do futuro de toda a zona que se estabelece entra as arábias e o médio oriente. A ideia que fica é que a politica actual dá continuidade ás anteriores politicas bélicas e que a vida humana não tem qualquer interesse, por muitos documentos que a ONU "invente" na sua actividade e tentativa de unir esforços em torno de um objectivo de pacificação do Mundo ou de alterar as actuais condições climáticas. Tudo vale, quando em causa está a continuidade da economia que mata ou a politica hipócrita que se faz entre a comunidade que é tão velha e tão moderna, ao mesmo tempo, pela manutenção dos "intocáveis" por um lado e as bombas nucleares, pelo outro. E, se observarmos a forma como a democracia se produz e se realiza na Índia (nos EUA a democracia está bem à vista), só poderemos concluir que aquele enorme e populoso Estado, onde mais de mil milhões de pessoas tentam sobreviver, pertence à "nata" mais politicamente inculta de todo o Mundo, a uma das sociedades mais divididas de todo o planeta e que não há visitas presidenciais que me tirem essa ideia da cabeça. Lamento pelos pobres indianos. Lamento pelo Mundo porque, enquanto houver, em qualquer lado, a escolha pelas armas em desfavor do tratamento dos problemas de poluição ou de melhoria da sociedade, estaremos sempre a retroceder em direcção ao "não futuro".
- Manuel Duran Clemente João M C Gomes Em primeiro lugar vou repetir este seu paragrafo: « O meu amigo, como um reservista militar que fez do exército (que não da guerra) a sua forma de vida, certamente que o fez por entender que a história dos países se fundamenta, também, na necessidade destes possuírem gente que se dedique à sua defesa territorial, à defesa das suas cores e cultura, à defesa dos seus princípios de vida e sociedade. » Sendo verdade que comecei a ser militar aos onze anos (Pupilos do Exercito) porque meu pai era militar e não havia liceus onde ele estava.No IPE ,internado,fui numero um dos meus cursos.com a pendenre financeira,de gestão e administrativa. Não queria ser militar.Mas o meu pai convenceu.me alegando que a guerra colonial me interromperia a minha carreira civil, começada aos 19 anos,na área da gestão.Fui para a Academia Militar em 1961, muito contrariado e até tentei fugir dela em 1962, num episódio romanesco ,que acabou por ser desfavorável aos meus intentos. A chamada de atenção pelo general comandante elevou-me aos píncaros e não satisfez o pretendido.Ganhei um prémio cultural nuns colóquios com a Academia Espanhola e tornaram-me num "menino prodígio". Acabei o curso tb em primeiro lugar.E com mudanças de sistema só fui par as Colónias em 1969 e 1970.Em 1973 fiz um documento com 30 folhas de papel selado pedindo para sair do exercito e falando em LIBERDADE e DEMOCRACIA...Destribui cópias em Aveiro,em Abril,no Congressso da Oposição. Não fui castigado por tática superior mas mandaram-me para Bissau/Guiné. Comecei com outros capitães a conspirar na noite seguinte à minha chegada!. O desenvolvimento desse processo deu História,como sabemos....Alguma divindade ou ser oculto quis mesmo que alguns de nós(ainda bastantes) fossemos militares e capitães...Dei razão ao meu "santo pai" no dia 25 de Abril.…...……...…...…......……...............….........…......….......................Indo para a questão vertente, é claro que não nos fizeram militares para defender o país mas sim para defender a ignominiosa colonização que serviu os poderosos e enfraqueceu o desenvolvimento de Portugal e das colónias….........................A politica armamentista tem dado biliões ou triliões aos EUA e o que eles têm feito é mesmo instigar à guerra, fazer a guerra,etc. sempre com argumentação manipuladora e daí lucrarem incessantemente à custa dos mortos e inválidos da sua gente e da de outros povos….............Por issso comungo com as suas ultimas palavras do seu comentário: «Lamento pelo Mundo porque, enquanto houver, em qualquer lado, a escolha pelas armas em desfavor do tratamento dos problemas de poluição ou de melhoria da sociedade, estaremos sempre a retroceder em direcção ao "não futuro".» ABRAÇO.MDC.
- · Responder
- · 6 h
- · Editado(s)
- João M C Gomes Manuel Duran Clemente Disse coisas que eu desconhecia, mas que se enquadram no que eu sempre pensei sobre alguns dos militares de Abril. Muitas vezes imaginei, depois de Abril (eu, nessa altura, estava mobilizado em Moçambique e também desejando "zarpar" da tropa, já sabendo o que tinha acontecido por aqui e recusando continuar as minhas tarefas militares, o que me levou a alguns dissabores e recados do meu comando). Reconheço que o facto do seu pai ter sido militar o "encarreirou" e, mesmo contra vontade, era o tempo em que os pais definiam um pouco a carreira dos filhos. Não pode estar triste por isso. Não teve a carreira que queria mas acabou por influenciar positivamente tudo o que veio a acontecer e a transformar este país numa coisa melhor. No entanto discordamos um pouco do aspecto militar da tropa. É óbvio que o contingente militar que se estabeleceu entre 1960 e 1974 era todo destinado à defesa do regime e da Pátria, assumida como um "todo" que incluía as ex-colónias. Assim o determinava o regime! Mas, aparte isso, não é displicente a existência de uma força militar de defesa de um país, pese o facto de ter que ser uma força de imposição da paz ou da defesa do território, se assim preferir. A não existência dessa força implicaria a existência de paz global no Mundo, o que em época nenhuma se conseguiu e sabe bem que toda a História de Portugal foi construída pela expansão do seu território derrotando outros povos ou defendendo-se de povos que o atacaram. A verdade é que éramos tão poucos que a existência da aliança com Inglaterra se deve à necessidade de termos quem nos ajudasse nesse sentido e ainda hoje sofremos um pouco dessa espécie de "submissão" quando colaboramos ou nos deixamos incluir em guerras que não são nossas, não gostamos e são obrigações pelos acordos internacionais. Resumindo: a sua "qualidade" como pessoa, tanto nos aspectos materiais, como morais, nunca esteve em causa, apesar de ter pertencido profissionalmente ao exército colonial, como eu pertenci como miliciano obrigado, para não ter que sair do país que amo. Muitos o fizeram e só regressaram depois de Abril. Eu cumpri 4 anos da minha vida ao serviço da Pátria, mesmo que fosse uma Pátria marcada pela falta de democracia, pela falta de boas politicas sobre as ex-coloniais ou sobre todos os cidadãos de um lado e do outro da barricada. Hoje todos os da nossa idade tem uma visão totalmente diferente dos problemas sobre as guerras e sobre as politicas. E temos porque vivemos, de todas as formas, os erros, os maus objectivos, os enganos, os traumas, os mortos e os vivos que já não podem falar do que passaram. Nós estamos vivos para poder dizer aos que não conheceram, que o que aconteceu foi um erro e que continuará a ser errado olhar para a vida dos outros povos com objectivos de os tornar submissos, seja por aspectos económicos, seja por aspectos culturais. O Mundo tem que ser outra coisa, numa altura em que o Homem já atingiu o conhecimento e a mentalidade que o leva ás estrelas. É esse o segredo da vida que é preciso explicar aos que gostariam de voltar aos traumas do passado que nos fala da dor, do medo, da policia secreta, das prisões e das masmorras onde se prendia e liberdade e o pensamento. Um abraço reconhecido !
- · Responder
- · 4 h
- · Editado(s)
- Manuel Duran Clemente Não estou em desacordo consigo. Não sou contra o facto de haver F.Armadas para a defesa do território. Nunca fui contra. Acho mal o fim da circunscrição militar. Claro que um dos nossos males é sermos ou termos sido sempre poucos .A necessidade e expansão tem o seu tempo. A aliança com os ingleses poderá ser encarada como positiva e negativa. E veio desde Filipa de Lencastre...mas talvez depois de 1640,que para mim , foi um erro...e só acontece porque Castela preferiu a Catalunha e os Ingleses (com a sua ajuda nessa guerra da Restauração durante 27 anos) ter-se-ão tornado um pouco colonizadores desta nossa terra...apesar das riquezas do Brasil e das outras Colónias...e dos aparentes luxos de D,João V (ouro do Brasil) .A verdade é que até final de 1800,os ingleses mandaram em nós, muito nítido depois da sua ajuda contra as invasões francesas. Lembremo-nos de Fontes Pereira de Melo, PM -três vezes-,criador do periodo da "regeneração" e das convulsões com os ingleses, apesar das suas históricas ajudas nas inovações, tais como: caminhos de ferro, centrais electricas, centros elevatórios e outras. Para além do mapa cor de rosa e a negativa inglesa...ainda bem,nós não tínhamos gente...Nas colónias são exemplos o que revela MST no seu escrito "Equador",a subjugação ao império britânico, e ainda na generalidade a exploração dos minerais e outras riquezas e até o facto inóspito, em Moçambique, de as viaturas terem de andar pela esquerda. E houve até um general inglês que mandou enforcar e fuzilar cidadãos honrados portugueses…….Foi nas Colónias que aprendemos (nós capitães) a verdade e a mentira dum governo fora do tempo. Sugiro a leitura do belo livro "Questionar Abril" de Pezarat Correia...Por ultimo não tenho nada que me desilustre por ter sido militar expedicionário colonial...fiz lá do meu melhor com os militares e familiares portugueses e com os cidadãos africanos, não fui muito confrontado com a guerra directa ,menos em Moçambique (Nampula) mas mais na Guiné;(Bissau,segundo comandante dum Batalhão de Intendência com quatro Destacamentos no interior...onde houve vitimas mortais) tentei ser pedagógico porque a minha especialidade o permitia. Acho que a questão dos antigos combatentes devia ter outra atenção sabendo dar-lhe o enquadramento sobre o seu forçado sacrifício e/ou heroísmo e a ousadia idiota governamental ditatorial e fora do tempo.ABRAÇO.MDC.
NOTAS sobre as fotos: 1-Comandante de Batalhão finalista Pupilos Exercito
2-3ºano na Academia Militar
3-PREC Matos Gomes e Varela Gomes
4-Brazão do Batalhão de Intendência da Guiné- · Responder
- · 3 h
- · Editado(s)
- Obter link
- X
- Outras aplicações
Comentários
Enviar um comentário