Salgueiro Maia

SALGUEIRO MAIA ,onde começou

Caro Amigo,

Sobre o que me pedes não tenho muitas informações a dar-te.

Em Agosto e Setembro de 1973 SM estava em Bissau depois de dois ,anos no Mato. Preparava o seu regresso e dos seus homens a Lisboa. O meu primeiro contacto com ele deve-se a uma reunião havida, em Bissau, no Batalhão de Intendência ,onde se situava a Biblioteca do Quartel General, edifício gémeo, em frente do edifício do meu Batalhão (do qual era segundo comandante).Foi uma reunião na qual eu como membro da Comissão de Capitães Pro MFA (a primeira a existir eleita: capitães Duran Clemente, Matos Gomes ,Sousa Pinto e Major Almeida Coimbra...ordem de votos de cerca de 40 capitães) explicava o que se pretendia. Salgueiro Maia teve uma intervenção calorosa e de revolta com a injustiça da guerra e das condições no mato.Eu disse predestinado “temos homem”. Foi um dos 40 capitães que assinou o documento que de Bissau seguiu para o Marcelo Caetano e mais ministro do seu governo. A atitude,por ser colectiva, era perfeitamente proibida e punida pelos regulamentos militares. Não chegou a ser. Quando no exilio o ex presidente do Conselho,M.C. escreveu um livro “Depoimentos “ nele diz “quando recebi o documento dos capitães da Guiné” fiquei altamente preocupado”. Salgueiro Maia regressou em Setembro a Lisboa e integrou-se no MFA do Continente ,como outros militares que regressaram das colónias,Sabe-se do seu heroico papel no dia 25 de Abril.Maia não se preocupava muito com a politica mas era um democrata a sério e com um pendor mais de valioso militar. Foi maltratado depois do 25 de Novembro,com o regresso da influência dos saudosistas do passado. Não lhe perdoaram.Não nos perdoaram.

Não tenho mais documentação sobre ele. Sugiro contacto com a dra Manuela Cruzeiro,Coimbra. Centro de Documentação 25 A. Ou vas ao site . Forte Abraço M Duran Clemente